Pelos caminhos de Portugal…

A aldeia do Piódão estava na lista “a visitar…” há algum tempo. Fazê-lo numa caminhada pela Serra do Açor com a Estrela (das serras) sempre a guiar-nos é que não estava nos meus planos. Uma vez mais a ser surpreendida!
Botas nos pés, mochila nas costas e… Aí vamos nós!! Começámos numa pequena freguesia do concelho de Seia, de seu nome Teixeira (dista 37 km). Uma aldeia situada nos contrafortes da Serra da Estrela, com cerca de 70 habitantes. Fomos recebidos pelo Sr. António, filho de um pastor, teixeirense de gema, que nos falou da origem e funcionamento da Associação dos Amigos da Teixeira. Bastaram cinco minutos de conversa para sentir o amor incondicional que o Sr. António, em tempos emigrante na Suíça, nutre pela aldeia. Falou-nos com negrume no incêndio que assombrou as suas gentes, em agosto de 2016.
Uma coisa é certa, saímos de Teixeira com a certeza que regressaremos.

Curiosidade: O topónimo Teixeira deriva de “Teixe”, que significa peça ou brinco de ouro, e diz-se que de uma briga entre dois pastores terá resultado a formação de duas Teixeiras, a de Cima e a de Baixo.




Está na hora de iniciar a caminhada…

Com paragens na freguesia de Chãs d’Égua, onde nos perguntaram se erámos portugueses (percebemos pela pergunta que os caminheiros que por lá passam, são, de modo geral, estrangeiros) e de um mergulho no lugar de Foz da Égua, chegámos ao Piódão. Esta pequena aldeia, situada em plena zona de Paisagem Protegida da Serra do Açor, foi classificada como Imóvel de Interesse Público a partir 1978, beneficiando assim de alguma proteção. Mas só a partir da sua integração no projeto das Aldeias Históricas de Portugal, em 1994, viu o seu conjunto urbanístico salvaguardado. No âmbito desse programa, todas as casas em cimento com telhas de barro foram convertidas em paredes de xisto e telhados de lousa. As janelas e portas de cor azul forte são uma outra caraterística desta aldeia.

Curiosidades:
– Foi no ano de 1972 que construíram a primeira estrada e, nos dias de hoje, os moradores que não têm carro apenas podem deslocar-se à quinta-feira, visto ser o único dia que o autocarro faz o trajeto que passa pela aldeia.

– Segundo o último censo, em 2011, o Piódão tem 178 habitantes;

– Reza a lenda que foi nesta aldeia que se refugiou um dos assassinos de D. Inês de Castro. Diogo Lopes Pacheco era procurado quer pelo Rei de Castela, quer pelo próprio D. Pedro, que ansiava desalmadamente vingar a morte da sua eterna amada.

Aproveitem para saborear os produtos locais. Provem as broas de batata e de abóbora, acompanhadas com queijo de ovelha ou de cabra e deliciem-se com um ‘dedalinho’ dos muitos licores que por lá se faz.

Sintam a paz da serra e das aldeias!








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